Trata-se de uma técnica de condução nervosa onde os potenciais sensoriais são detectados com um eletrodo de agulha próximo ao nervo (Near-Nerve). Através dela os potenciais sensoriais indetectáveis pelos eletrodos de superfície utilizados nos estudos de rotina podem ser mais facilmente registrados. As principais aplicações da técnica são:
1. Investigação da Síndrome do Túnel do Tarso:
As técnicas de condução sensorial e motora de rotina apresentam algumas limitações na detecção da síndrome do túnel do tarso, principalmente em pessoas de meia idade e idosos. Com o Near-Nerve a sensibilidade e a confiabilidade do diagnóstico melhoram muito. Além disso, pequenas mononeuropatias dos pés como a neuropatia interdigital (neuroma de Morton) e a neuropatia do nervo digital próprio (Neuroma de Joplin) podem ser detectadas pela técnica.
2. Pacientes com sintomas de polineuropatia periférica e exame neurológico normal:
Geralmente esses pacientes são considerados como não tendo nenhuma neuropatia periférica ou recebem um diagnóstico de neuropatia de pequenas fibras, tendo em vista que as fibras finas pouco mielinizadas não são detectadas pelas técnicas eletrofisiológicas de rotina. Entretanto, a condução nervosa de rotina não estuda os nervos distais, abaixo do tornozelo. Portanto, alguns pacientes sintomáticos com estudos de condução de rotina normais, podem ter neuropatia sensorial distal de fibras grossas que não foi detectada pela limitação técnica da condução nervosa de rotina. O Near-Nerve é capaz de identificar esses pacientes.
3. Pacientes com suspeita de neuropatia desmielinizante em que os estudos de condução de rotina não foram conclusivos quanto à presença de sinais de desmielinização:
Os principais exemplos são os pacientes com neuropatia motora multifocal sem bloqueio de condução e as neuropatias desmielinizantes predominantemente sensoriais como a variante sensorial da síndrome de Guillain-Barré e a neuropatia desmielinizante sensorial crônica (CIDP predominantemente sensorial). Nesses pacientes com neuropatias tratáveis através de imunoterapia, os estudos de condução nervosa de rotina são normais ou inconclusivos e o Near-Nerve claramente consegue detectar o fenômeno de dispersão nos nervos plantares, característico de neuropatias desmielinizantes. Isso permite uma abordagem e tratamento mais adequados aos pacientes.
Resumindo, a técnica de Near-Nerve é bastante útil nos seguintes casos:
· Diagnóstico da Síndrome do Túnel do Tarso
· Diagnóstico de Neuropatia Sensorial Distal de fibras grossas quando o estudo de rotina for normal.
· Detecção de desmielinização em casos suspeitos quando o estudo motor de rotina não demonstra sinais evidentes de desmielinização.
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