Muitos pacientes com CPK sérica elevada são vistos por clínicos e neurologistas. Abaixo resumimos a melhor forma de investigar esses pacientes:
Passo 1: Repita o exame. Se o resultado for normal e o paciente for assintomático interrompa a investigação. Se o resultado persistir elevado vá para o passo 2.
Passo 2: Exame neurológico detalhado. Se houver perda objetiva de força muscular solitite uma eletroneuromiografia e uma biópsia muscular para fazer o diagnóstico diferencial das seguintes doenças neuromusculares:
* Miopatias (CPK quase sempre elevada)
* Esclerose Lateral Amiotrófica (pequena elevação em mais de 50% dos casos)
* Atrofia Muscular Espinhal (pequena elevação em 30% dos pacientes
Se o exame neurológico não mostrar nenhuma fraqueza objetiva vá para o passo 3.
Passo 3: Afaste a possibilidade das seguintes condições:
* Exercício extenuante (atletas, trabalhadores braçais)
* História recente de injeção intramuscular, acupuntura ou EMG de agulha
* Alcoolismo Crônico
* Uso de medicamentos que elevam a CPK (estatinas, clofibrato)
* Hipotireoidismo
* Estado de portador de Hipertermia Maligna (pesquise história de complicações anestésicas).
* Carregador Assintomático do gene das Distrofias de Duchenne e Becker
Se algumas dessas hipóteses for confirmada, trate adequadamente. Se nenhuma delas for encontrada, vá para o passo 4.
Passo 4: Solicite uma eletroneuromiografia. Se ela for normal apenas acompanhe o paciente clinicamente e repita a CPK e a EMG periodicamente. Até 30% dos pacientes assintomáticos com CPK elevada desenvolvem alguma doença neuromuscular no futuro. Se a EMG mostrar padrão miopático, vá para o passo 5.
Passo 5: Faça uma biópsia muscular para descartar uma miopatia subclínica.
|