Indicações em Doenças Neuromusculares:
- Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica (CIDP).
- Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Aguda (Guillain Barré).
- Neuropatia Motora Multifocal com Bloqueio de Condução.
- Alguns pacientes com polineuropatia com anticorpos anti-MAG.
- Miastenia Gravis de difícil controle.
- Crise Miastênica
- Pré-operatório de Timectomia em Miastenia Gravis.
- Síndrome Miastênica de Lambert-Eaton.
- Dermatomiosite refratária aos esteróides e imunossupressores.
Efeitos Colaterais:
- Cefaléia.
- Aumento da viscosidade sérica e possíveis efeitos trombóticos.
- Meningite Asséptica.
- Urticária e outras lesões de pele.
- Anafilaxia (pacientes com deficiência de IgA).
- Insuficiência Renal Aguda (necrose tubular aguda).
- Hiponatremia.
- Aumento espúrio da velocidade de hemosedimentação.
Métodos:
- A imunoglobulina é administrada endovenosamente em uma dose total de 2 gramas por quilo de peso que pode ser dividida em 5 dias consecutivos (0,4g/kg/dia)x5dias.
- Em pacientes jovens com função renal normal a dose total de imunoglobulina pode ser administrada em apenas 2 dias(1,0g/kg/dia)x2dias.
- As infusões são iniciadas a uma velocidade de 40 ml por hora, aumentando a velocidade de infusão em 10 a 15 ml por hora a cada 30 minutos até o máximo de 100 ml por hora.
- Se algum efeito colateral ocorrer durante a infusão a velocidade deve ser diminuída ou a administração da droga deve ser interrompida.
- Em pacientes com CIDP que não respondem ao tratamento com outras medicações ou quando as outras medicações são contra-indicadas ou não toleradas o uso de imunoglobulina na dose de 1g/kg está indicado, sendo o período de aplicação dependente de avaliação clínica do médico, podendo ocorrer a cada 20 ou 30 dias.
Contra-indicações:
- O tratamento com imunoglobulina é contra-indicado em pacientes com deficiência de IgA. Portanto, os níveis de IgA devem ser solicitados antes de iniciar o tratamento. Nesses pacientes recomenda-se a preparação de IVIG com baixos níveis de IgA.
Segurança:
- Devido aos métodos de preparo da IVIG, não existe nenhum risco de transmissão de agentes infecciosos como HIV, hepatite B, hepatite C, HTLV-I, malária e doença de Chagas. Não há dados suficientes para descartar a possibilidade de transmissão de doença priônica (Creutzfeldt-Jacob), porém como na formação de um lote de IGIV no mínimo 20.000 doadores tem participação a chance de transmissão é próxima de zero.
Dificuldade na Obtenção da Imunoglobulina (IGIV):
- Tendo em vista tratar-se de produto de origem biológica, neste caso especial, origem humana, entende-se que não existe no mundo uma fábrica de IGIV e sim locais de processamento de sangue de doadores voluntários que após a aplicação de técnicas especiais resultam na IGIV. São necessários no mínimo 20.000 doadores para a formação de apenas um lote de imunoglobulina e é aceito que quanto maior o número de doadores, maior o números de dímeros, o que é considerado como um dos mecanismos responsáveis pela ação benéfica da IGIV. Infelizmente o Brasil não produz IGIV, sendo obrigado a importar suas necessidades de outros países. Com o crescente consumo de IGIV no mundo países que antes vendiam o produto não estão mais disponibilizando suas reservas para outros países. Em correspondência trocada recentemente com o Ministério da Saúde, recebemos a confirmação de que o país só obterá autosuficiência neste derivado do sangue em 2016. Aos pacientes que estão sem acesso ao produto lembramos que a decisão de antecipar este cronograma é simplesmente política e não de origem tecnológica. Entendemos que a soma dos pacientes, familiares e amigos pode gerar pressão suficiente para que o governo inicie a produção nacional antes de 2016.
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