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EMG - Limitações

 

          Existem diversas limitações do estudo neurofisiológico nas radiculopatias. O conhecimento destas limitações é importante na hora da interpretação dos resultados pelo médico. Listamos abaixos as mais importantes:

- Em radiculopatias puramente desmielinizantes não são observados potenciais de desnervação (ondas agudas positivas e fibrilações) e potenciais de reinervacão crônica (potenciais de unidade motora de alta amplitude e longa duração). A única anormalidade é a diminuição do recrutamento das unidades motoras. Entretanto, devido à co-inervação dos músculos dos membros por mais de uma raiz, a raiz normal compensa o déficit da raiz afetada. Assim, na maioria das vezes, o exame é normal.

-  Se somente a raiz dorsal ou sensorial for envolvida pela hérnia, preservando a raiz ventral, a EMG de agulha será normal. Isto ocorre em significativo número de pacientes em que a dor e parestesias são o único sintoma.

- Os potenciais de desnervação aparecem apenas após 2 a 3 semanas de lesão, primeiramente nos músculos proximais e posteriormente nos músculos distais. Se o exame for realizado muito precocemente, a única anormalidade pode ser a diminuição do recrutamento das unidades motoras. Como a maioria dos músculos dos membros são inervados por mais que uma raiz, a raiz normal pode compensar a raiz envolvida e o recrutamento geralmente é normal. Portanto, o exame pode ser falso negativo se realizado muito precocemente.

-  O nível da hérnia discal não corresponde necessariamente com a raiz identificada na EMG de agulha. Isto ocorre principalmente na região lombossacral, onde a direção da hérnia pode comprimir diferentes raízes. Assim, a raiz L5 pode ser comprimida por uma hérnia discal central entre L2-L3 ou L3-L4, herniação lateral entre L4-L5 e estenose foraminal entre L5-S1. Portanto é importante saber que a EMG detecta qual raiz está sofrendo, porém não pode determinar o nível da herniação discal.

- Nas radiculopatias L2 e L3 não existe um estudo de condução sensorial que possa ser testado na diferenciação com plexopatia lombar ou neuropatia femoral. Portanto, na ausência de ondas agudas positivas nos músculos paraespinhais e na presença de dificuldades técnicas para obter o potencial sensorial do nervo safeno pode ser impossível diferenciar radiculopatia L2, L3 ou L4 de plexopatia lombar ou neuropatia femoral.

- As radiculopatias L2, L3 e L4 não podem ser diferenciadas eletrofisiologicamente devido à sobreposição de inervação destas três raízes nos músculos da coxa. O máximo que a EMG pode sugerir é uma radiculopatia lombar alta.

-  Somente quando ocorre perda axonal significativa (mais que 50% das fibras nervosas) os potencias de ação motores perdem amplitude nos nervos que se originam da raiz comprometida.

-  Um reflexo H anormal não localiza a lesão na raiz S1, pois pode estar anormal em plexopatia lombossacral, lesão de nervo ciático ou polineuropatia periférica. Além disso, ele pode estar ausente em idosos normais.

-  Um reflexo H normal não exclui radiculopatia S1.

-  A localização intraespinhal da lesão torna impossível a condução nervosa através do segmento lesado, portanto impossibilitando a demonstração de bloqueios de condução nas radiculopatias desmielinizantes.

-  A localização da raiz envolvida é melhor feita com o estudo dos músculos dos membros e identificação do miótomo afetado, pois os músculos paraespinhais possuem superposição de inervação.

- Em radiculopatia lombossacral, sinais de desnervação freqüentemente estão presentes no membro assintomático, geralmente no mesmo miótomo do lado sintomático. Isto ocorre porque as raízes contralaterais podem ser comprimidas por uma única hérnia na cauda eqüina.

- Potenciais de fibrilação nem sempre estão presentes nos músculos paraespinhais em radiculopatias devido: (1) posicionamento incorreto da agulha, (2) envolvimento fascicular da raiz preservando o ramo posterior que inerva os músculos paraespinhais, (3) lesão puramente desmielinizante ou (4) reinervação efetiva dos músculos paraespinhais.

- Quando o processo de reinervação inicia, após 2 a 3 meses de lesão, os potenciais de desnervação desaparecem primeiramente nos músculos proximais e posteriormente nos músculos distais. Se o exame for realizado tardiamente, apenas alterações morfológicas dos potenciais de ação de unidade motora nos músculos dos membros estarão presentes, limitando a interpretação.

- A presença de descargas repetitivas complexas pode ser normal nos músculos paraespinhais.

- Os potenciais de desnervação raramente ocorrem em todos os músculos de um miótomo, pois o envolvimento radicular geralmente é fascicular. Alem disso, os músculos proximais são reinervados mais rapidamente que os distais e existem muitas variações anatômicas na inervação dos músculos entre diferentes pessoas.

- Não há como diferenciar eletrofisiologicamente uma lesão radicular de uma lesão do neurônio motor no corno anterior da medula espinhal. A dificuldade é maior em casos de polirradiculopatia difusa. Correlação clínica é necessária nestes casos.

- Pacientes com estenose espinhal podem ter estudo eletromiográfico normal, pois a compressão pode ser intermitente, de acordo com a posição do paciente.

 

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